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Fisioterapia na prostatectomia radical

Notícias - 16 de Julho de 2018

A Prostatectomia Radical é a cirurgia realizada para o tratamento do câncer de próstata e hoje é considerada como a forma de tratamento mais efetiva para o câncer de próstata localizado.


Apesar da Prostatectomia Radical apresentar bons resultados no controle da doença, a Incontinência Urinária e a Disfunção Erétil são suas principais complicações pós operatórias.


A incontinência urinária afeta o homem substancialmente levando-o a um sentimento de desânimo, depressão e exclusão social e, tem sido colocada como mais impactante que a disfunção erétil, na qualidade de vida do paciente.


Mecanismo de Incontinência Urinária na Prostatectomia Radical:


A Incontinência Urinária ocorre porque na cirurgia retiram-se o esfíncter uretral proximal, o ápice prostático, o verumontanum, assim como parte do esfíncter distal, ficando apenas o seu segmento remanescente como responsável pela continência urinária do homem, ou seja, a cirurgia altera o mecanismo natural da continência urinária masculina e, esta passa a depender quase que exclusivamente de um músculo remanescente: o esfíncter distal ou esfíncter externo.

Além da própria cirurgia, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento de Incontinência Urinária após a Prostatectomia Radical, como: pacientes que tenham realizado ressecção transuretral (RTU) previamente, o tabagismo, doenças neurológicas, idade avançada do paciente, obesidade e a habilidade do cirurgião.


Entretanto, existe um consenso na literatura médica de que a própria cirurgia é maior risco para o paciente desenvolver essa condição.

Tratamento

A Incontinência Urinária após a Prostatectomia Radical pode ter duração e intensidade variáveis, pois a sua ocorrência é diretamente relacionada ao grau de lesão que ocorreu no esfíncter distal durante o ato cirúrgico. É por este motivo que alguns pacientes que realizaram a cirurgia não desenvolvem o problema, enquanto outros desenvolvem perda severa de urina.


A recuperação do controle urinário ocorre de forma gradativa e é relacionada ao grau de recuperação do músculo esfíncter distal, podendo demorar de semanas ou até um ano após a cirurgia.


O tratamento de primeira linha para a incontinência urinária após prostatectomia é conservador e constitui-se basicamente de fisioterapia e modificações no estilo de vida, como a adequação da ingestão de líquidos, cessação do tabagismo, o uso de absorventes e vestimentas adequados.


A Fisioterapia nesses casos visa a Reabilitação do Assoalho Pélvico. Assoalho Pélvico é o nome dado a um grupo muscular situado entre a base do pênis e o ânus. O treinamento dessa musculatura visa melhorar a força e a resistência muscular da região, promovendo assim o fechamento uretral.


A fisioterapia pode ser realizada por meio de alguns recursos fisioterapêuticos, onde inclui: a realização de exercícios de assoalho pélvico (a chamada Cinesioterapia), o biofeedback, e a  eletroestimulação dos músculos do assoalho pélvico.


Os exercícios pélvicos compreendem qualquer tipo de treinamento de contração dos músculos do assoalho pélvico. Os exercícios de assoalho pélvico treinam o paciente à isolar e contrair corretamente o assoalho pélvico para aumentar a força e a resistência muscular, no intuito de aumentar o fechamento uretral durante os momentos de esforço.


O biofeedback é uma técnica fisioterapêutica que utiliza um equipamento eletrônico em que mostra de maneira contínua e instantânea, a contração realizada pelo paciente (normal ou anormal).


A eletroestimulação tem sido também descrita como possível forma de tratamento conservador da incontinência urinária pós prostatectomia radical. Ela promove uma estimulação artificial do nervo pudendo (principal responsável pela inervação da região do períneo) e isso leva a uma resposta reflexa direta dos músculos do assoalho pélvico.


A eletroestimulação promove contração dos músculos do assoalho pélvico contribuindo para uma forma de treino de força e resistência muscular, aumentando o número de unidades motoras ativadas e, gerando também, hipertrofia muscular.

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